segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Anseios anti rotinais

    Já posso sentir o perfume do final de semana, ouvir o rugir da aurora que me chama. Mesmo sabendo que corro o risco de como todos meus outros dias de refúgio, estes serem blasés, sigo com a esperança de que algo mais acontecerá. Oh!Como quero ao menos dois dias ditosos. Mas por enquanto só possuo a companhia de ideias confusas, vagos sussurros do inconsciente e melodias soltas em meio ao aperto de se esperar o inalcançável.

   Sonhos remotos sondam este coração insensato. Nele há um grande anseio por seguir sem olhar para traz, ignorar a tudo e a todos e simplesmente seguir. Talvez meu desejo seja excessivamente ambicioso, por isso apenas rogo por dias nublados, frio constante e uma distração que me faça sentir diferente.

   Com toda essa bagagem, vou vagando pelas horas tão entediantes dessa mórbida madrugada. Abro a janela do quarto, sinto a brisa e sua melódica voz dizendo qual grande será minha nostalgia ao fim dessa aventura. Por instantes, inexplicavelmente sei que sentirei uma extrema saudade do final de semana ainda não ocorrido. Esse sentimento já havia invadido meu coração antes, mas desta vez é diferente, uma doce dor, um envolvente sofrimento me assola.

   Com o corpo desfalecido vou me rendendo ao sono. As luzes se apagam e apenas ouço os sons das várias músicas que ouvi. Se mesclando em ruídos fantasmagóricos tornam se uma só melodia. Que me enfeitiça enquanto inúmeras imagens inundam minha mente e então vou sendo arrebatada ao mundo dos sonhos. Em um último resquício de consciência desejo que me surpreenda o amanhã, mas impulsivamente penso que tudo é apenas ilusão. Assim, sem conseguir distinguir o que é realidade ou não, entrego-me mais uma vez.



   

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Vã aflição

Ninguém viu teus olhos lacrimejados!
Ninguém ouviu teu mórbido clamor!
Ninguém sentiu a dor de ser um bastardo!
Tua mente confusa constantemente esta a te supor...

Tua voz trêmula rasga o silencio de teu sombrio coração!
Perturbado questiona o céu no qual sob permanece!
Busca a solução e a paz que julga ser ilusão...
E no último suspiro, pergunta por que até o amor perece...

Mas o que não sabes é que sempre estive aqui...
Como pai que anseia pelo filho!
Que por amor morri!

Enquanto todos o apontam, lhe estendo a mão
Porém tu te afastas por caminhos obscuros
E assim espero o dia que poderei o encontrar e restaurar teu coração...